quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O que nos fortalece?

O que limita, bloqueia e impede de fluir na vida? Como superar as limitações?

Algumas pessoas, após anos de trabalhos terapêuticos, constelações e psicoterapias ainda sentem-se bloqueadas, desmotivadas e sem vitalidade.

Sem perceber, nós mesmos, somos responsáveis pelas atitudes, comportamentos, dificuldades, bloqueios e emoções que nos limitam.

Para Brigitte Champetier de Ribes o que mais fortalece e permite fluir na vida é estar no presente “continuamente nos despedindo do que já terminou”. No presente estamos totalmente preparados para lidar com qualquer situação da maneira mais adaptada à necessidade ou circunstância.  

A dificuldade é que raramente estamos no presente. E mais, não nos damos conta disso. Na maioria do tempo estamos com os pensamentos voltados para algo que já aconteceu ou que vai acontecer e não conseguimos atuar de forma adequada e coerente com a situação presente que estamos vivemos.

Segundo Eric Bernie, criador da analise transacional, flutuamos durante o dia (inconscientemente) por três diferentes estados do EU. Apenas um destes estados o Eu adulto esta no presente. Os dois outros (criança e critico moralista) estão voltados para o passado e quando estamos neles reagimos de maneira totalmente desadaptada à situação que enfrentamos no presente. Só ganhamos força quando nos colocamos no presente na nossa atitude mais adulta, crescida e responsável.

Para Claudia Boatti criadora dos Movimentos Essenciais, outra atitude muito comum e frequente que enfraquece e paralisa é a de vítima. E todos nós vivemos esta atitude muitas vezes durante o dia, diante das mais diversas situações, sem perceber: quando nos queixamos de algo ou alguém, quando reclamamos, quando recriminamos alguém por algo que nos aconteceu ou está acontecendo, ou quando nos recriminamos. Sim podemos nos sentir vítimas de nós mesmos. O resultado é que terminamos o dia cansados e nos sentindo impotentes, incapazes, desmotivados e fracos.

Podemos ser vítimas de um acontecimento (por exemplo de um assalto) e não ficar na atitude de vítima, quando nos fazemos responsáveis pelo que é necessário: fazer um BO, cancelar cheques, cartões e documentos...

A atitude de vítima é muito confortável e também bem vista. Muitos olham as vítimas com simpatia. Mas ela nos enfraquece imensamente. Ganhamos força quando reconhecemos no cotidiano as situações nas quais nos vitimizamos e podemos ir para a atitude de responsável.

Outra atitude ou sentimento que faz perder força é a culpa. O adulto não sente culpa. Ele retoma sua força assumindo a responsabilidade pelos danos que causou e se comprometendo a reparar.

Nos enfraquecemos também quando negamos e/ou rejeitamos o que estamos vivendo, ou o que está acontecendo conosco ou no nosso entorno. Quando negamos algo ou uma situação (um sintoma, uma tristeza, uma emoção) levamos toda nossa energia para o movimento de negação, para impedir, para rejeitar e ficamos sem forças e energia para perceber de que outra maneira poderíamos lidar com a ela. Nos fechamos para outras possibilidades.

As fases negativas que vivemos (crises, conflitos, doenças, acidentes) são o motor que vai nos impulsionar e levar para maior crescimento. São nossos desafios. E saibam que a vida vai nos trazer constantemente, como espelhos, as situações que precisamos para crescer. 

Também perdemos força quando vivemos muito tempo uma emoção limitante (tristeza, sofrimento, raiva, medo). As emoções necessárias para fazer frente a um evento ou acontecimento duram o tempo suficiente para reagirmos da forma mais adaptada ao que está acontecendo no entorno e à situação. O medo, por exemplo, dura apenas o tempo necessário para produzir a química corporal que impulsiona a ação. Se dura mais e permanece conosco se trata de um medo que vivemos no passado e não integramos. Ficou bloqueado e vai se repetir ou permanecer como emoção de fundo.

Atualmente a humanidade e o planeta estão iniciando uma nova etapa na qual podemos nos reconhecer não apenas como seres pensantes, mas também como seres vibrantes. Vibramos em diversas níveis e frequências dependendo de como reagimos aos acontecimentos, de que emoções e pensamentos alimentamos e da velocidade na qual nos resgatamos quando saímos do nosso centro (1).  

Nas frequências mais baixas levamos mais tempo para voltar ao centro quando algo nos desestabiliza.   Ou seja, perdemos a força. Estamos fechados para novas possibilidades repetindo o que já está no nosso repertório. Não conseguimos ser criativos.

Olhar para os outros de forma “ruim” (desqualificativa, critica, julgadora) também nos deixa densos e sem força. A necessidade de pertencer está impressa na parte mais primitiva do nosso cérebro como equivalente a sobreviver. Ela instintivamente nos faz julgar todos os que pensam, se comportam atuam ou se vestem de forma diferente da nossa  de forma. Isto vai acontecer sempre. Quando nos tornamos mais  conscientes de que fazemos isto para garantir e preservar nosso pertencimento nos fortalecemos.

A forma como olhamos nos afeta e afeta os demais. Na sua capacitação de Movimentos Essenciais Claudia Boatti  mostra o efeito do nosso olhar: "nós somos seres vibrantes e a forma ou frequência na qual vibramos afeta a nós mesmos e ao nosso entorno”. A violência e a agressividade expressas ou mesmo ocultas nos afetam, alteram nossos sentimentos, mudam nossa frequência interna. Mesmo sem perceber nos sentimos mal internamente. Nos fortalecemos quando podemos nos tornar mais conscientes e responsáveis pela forma como olhamos e interagimos com os demais.  

Também perdemos a força e não conseguimos fluir com a vida quando estamos ocupando um lugar que não é o nosso nos sistemas (grupos) aos quais pertencemos. Quando não entendemos porque estamos agindo de uma maneira inadequada ou incompatível com a situação que estamos vivendo é um indicativo de que estamos imitando (inconscientemente) alguém do nosso sistema (normalmente um ancestral) que foi "excluído" (desprezado, desqualificado, olhado de maneira ruim). Não conseguimos fluir com a vida. Temos dificuldades no trabalho, na empresa, com os filhos, com parceiros... Para Bert Hellinger, “Ordenados somos mais leves”. Ganhamos força. 

Ou seja para fluir na vida precisamos estar em perfeita harmonia com as forças invisíveis que dirigem os sistemas que foram trazidas à luz por Bert Hellinger (o assentimento, a ordem/ hierarquia , o pertencimento e o equilíbrio entre o dar e o receber)


 Marcia Paciornik

Referências: Bert Hellinger, criador das Constelações Familiares; Eric Bernie, criador da Analise Transacional; Brigitte Champetier de Ribes, fundadora e diretora do Instituto de Constelaciones Familiares; Claudia Boatti (criadora dos Movimentos Essenciais)

(1) - Claudia Boatti, criadora dos Movimentos Essenciais - https://www.movimentosessenciais.com.br/

4 comentários:

Marcia Paciornik constelações disse...

Belo texto

Unknown disse...

Muito bom! Consegui ler inteiro!

Sandra disse...

Viver o presente, que é o único tempo que temos. O passado é imutável e o futuro, desconhecido, será um reflexo de nossas atitudes no presente.

Sandra disse...

Só temos o tempo presente, o passado é imutável e o futuro, desconhecido