sábado, 26 de janeiro de 2019

Bert Hellinger fala de amor, assentimento, destino familiar


O amor é assentimento a tudo tal como é.
De cómo el amor acierta. 2ª parte Extrato HELLINGER EN LONDRES 2008,
Ver 1ªparte (1) 
“...Uma das compreensões fundamentais neste novo modo de trabalhar é a seguinte: o segredo do amor é o assentimento a tudo tal como é. O problema em uma relação de casal começa quando um quer mudar o outro. Faremos um exercício.
Fechem os olhos.
Olhem seu cônjuge tal como ele é. Talvez não o/a tenha visto ainda até agora, tal como ele ou ela é porque tenha uma certa imagem dela/e ou por que o/a julgas!
Olhe para ele/a agora e lhe diga: ”sim, te tomo tal como é, exatamente como é”.
O que ocorre se agora vosso/a cônjuge lhe diz: “te amo tal como es, exatamente como es”? De repente, os dois podem relaxar, sentem-se em segurança um com o outro, porque se sentem respeitados tal como são. Isto é amor, assentindo ao outro tal como é, e por certo assentindo a si mesmo/a tal como um é.
Logo vem o passo seguinte. Diga a vosso/a cônjuge:  “quero a tua mãe tal como é e quero a teu pai tal como é. Você é como é porque teu pai e tua mãe são como são. Dou a eles um lugar em meu coração. ” Então, o outro pode se relaxar ainda mais. Não precisa ocultar nada de sua família, sabe que sua família é bem-vinda.
Existe uma dificuldade inerente a isto. Ambos se originam de famílias diferentes, com um código de valores diferente, com uma consciência diferente. A consciência nos prende a nossa família de maneira que sabemos instintivamente o que devemos fazer para conservar o direito ao pertencimento. Se de alguma forma nos desviamos do pensar, das crenças e dos valores de nossa família, sentimos má consciência. Ao conhecer a esta persona, o/a cônjuge, nascida em outra família, devemos fazer lugar em nossa consciência para outros valores. Ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a família do parceiro/a é de valor idêntico à nossa. Portanto, temos que expandir nossa consciência de modo a dar lugar para o/a cônjuge e sua família.
Se não podemos mudar, se nos aferramos à nossa consciência, convencidos de que tem mais valor que a do/a parceiro/a, então estamos expostos a problemas. Aqueles que são conscienciosos são crianças e permanecem crianças, os adultos sabem como pecar. Só os pecadores são adultos. As pessoas inocentes permanecem crianças. Pecar não significa que fazem algo mal, mas sim que se desviam da consciência de sua família por algo maior e mais universal.
A prova de que sim somos capazes de crescer nos vem ao ter filhos, ao decidir como educa-los. A mulher diz...segundo os valores de minha família, o homem diz: segundo os valores da minha família. Geralmente a mulher prevalece. É uma observação, sem julgamentos! Qual é o resultado? Mais tarde, os filhos seguem ao pai. Porque os filhos são leais a ambos os pais. Se um dos pais prevalece sobre o outro, o filho segue em segredo ao outro.
Por isto, os papais têm tanta influência em nossa sociedade! (Risos). Porque com frequência são rejeitados, da mesma forma que seus valores.
Volto ao tema da educação. O homem e a mulher entram em acordo para que os valores de ambas as famílias sejam igualmente importantes. Assim, os filhos podem seguir ao seu pai e à sua mãe.
Existe uma linda frase que deixa felizes aos filhos. A mãe diz “quando olho para você vejo seu pai, e amo em você teu pai como ele é e fico feliz se você se tornar como ele. ”
Não é tão fácil dize-lo não é mesmo? O pai também olha à criança e diz: “quando olho para você, vejo em você a sua mãe e quero em você a tua mãe, e fico feliz se torna como ela. ”
Isto é amor. E mais, isto é liberdade. A partir daí a criança está livre para seguir seu próprio caminho.
Assim pois, para começar assentimos a/ao nosso/a cônjuge tal como e. Desde logo, uma relação se inicia porque o homem sente falta da mulher, e a mulher homem sente falta da mulher do homem. Se sentem incompletos. Necessitam do outro para serem completos. Algumas pessoas, não obstante, procuram o/a parceiro/a ideal. Qual é o/a parceiro/a ideal? Pois, aquela que é idêntica a mim. Portanto, com o/a parceiro/a ideal, no existe crescimento possível. Tudo se repete. Por isto, depois de um tempo, o casal se separa.
Agora bem, se o outro é diferente, necessariamente diferente, ambos crescem, integrando o que não tem. Isto é o crescimento: tomando mais, e mais, e mais o que um não tem. Assim crescemos em uma relação de casal. Outro dia, Sophie fez uma observação. Em alemão, existem livros muito respeitáveis sobre espiritualidade. Ela disse: “Foram todos escritos por homens, e estes homens não tem mulher. O que sabem de espiritualidade? Não tiveram que provar seu crescimento pessoal. ” Imaginem se o Dalai Lama ou o Papa tivessem uma mulher. Não seria bonito? Não seriam capazes de dizer mais do que dizem agora e com outra experiência?  
Isto seria a primeira coisa em uma relação, assentir ao outro tal como é. E cada um assente à família do outro, tal como es. Isto não é tão fácil porque o casal e compromete em uma tarefa comum, que será o filho. É uma tarefa comum de magnitude, ao serviço da vida. Seu compromisso lhes permite se sentir de certa forma realizados.
Mais tarde, pode surgir outra coisa em uma relação de casal. O homem pode se sentir levado em outra direção, e a mulher pode sentir o mesmo. Para crescer e conseguir sua realização pessoal, cada um segue seu caminho. Isto pode leva-los a uma separação. Se ambos assentem a isto, podem se separar com amor, em concordância com a possibilidade de cada um atingir a sua realização. Há uma frase que se podem dizer mutuamente: “te amo e amo tudo o que é teu destino e ao meu. Assinto ao teu destino e ao meu. Assinto a teu destino e a tua realização, e assinto a meu destino e a minha realização. ”
Assim, separados, permanecem conectados por um amor profundo.
Às vezes, um homem diz à mulher: “tens que me ser fiel, não podes seguir teu caminho. ” O resta então do amor inicial? Nada. Se um dos dois quer seguir seu caminho, sentindo que é o importante, e se o outro se opõe a isto, pode dizer-lhe: “meu destino vem primeiro. ” E obriga ao outro a mudar. Se o outro não muda, não deve sacrificar sua própria vida. É necessário considerar isso também.
Existem situações nas quais a relação de casal nas quais a mulher está impulsionada a seguir a alguém de seu sistema, especialmente se, de criança, tiver dito a seus pais: “morro em teu lugar. ” Mais tarde, persiste no mesmo movimento, e de repente o homem vê que sua mulher é levada naquela direção. Ele não o pode impedir, deve assentir a isto. Assim vemos que os destinos da família interferem de modo decisivo na relação de casal. ”...
 Tradução Marcia Paciornik
       (1)    Fonte: https://insconsfa.com/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Um olhar de Bert Hellinger sobre os ataques de pânico e a epilepsia.


Um olhar de Bert Hellinger sobre os ataques de pânico e a epilepsia.

Extrato de De cómo el amor acierta. 2ª parte

HELLINGER EN LONDRES 2008, Ver 1ªparte (1)
“...Quando há ataques de pânico, é sempre o mesmo padrão. Os ataques são uma defesa contra os impulsos assassinos. Então, não tratem o pânico, tratem a agressão que há por trás dele. Existe outra defesa contra os impulsos assassinos: a epilepsia. Quando crianças têm ataques epilépticos, claro que outra pessoa na família tem impulsos assassinos. A criança se encarrega deste impulso. Portanto, não tratamos uma criança por sua epilepsia, mas configuramos e procuramos quem tem o impulso assassino. Quando faço este exercício e a pessoa diz “te mato”, percebe que não é ela mesma que o diz. Mas, neste caso, você é quem tinha o impulso. O caminho é: olhar a mãe. Às vezes, existem situações nas quais algo aconteceu na família. A primeira vez que eu observei foi no Japão, uma mulher disse que desejava a morte de sua mãe. Não trabalho com uma pessoa que tem este impulso. Aqui também, não continuarei trabalhando com ela. As deixo com seu destino. Ali, no Japão, me esqueci desta mulher. Esta é minha proteção, esqueço às pessoas. É um exercício espiritual, o poder esquecer. Dez minutos antes do final do seminário, esta mulher me procurou e me pediu que trabalhasse com ela. Fizemos uma constelação, mas sem resultado. Então, H.H. que me acompanhava como cameraman, disse: temos que colocar uma fila de ancestrais. O fizemos, a cliente e na sua frente sua mãe, atrás dela a avó e assim oito gerações.  Quando a mãe se virou em direção à sua mãe não tinha conexão, a avó em direção a mãe dela tampouco tinha conexão... até a oitava geração. Esta última olhava para o chão. Coloquei uma pessoa no chão, a vítima.  Então, a cliente se arrastou em direção à vítima e a abraçou com profundo amor. Então, a mãe da vítima pode olhar para sua filha e se conectar, logo a filha com sua filha e assim em oito gerações.  Finalmente, a cliente se acercou de sua mãe, abraçou suas pernas olhando-a e dizendo: querida mamãe. Este é o fundo sistêmico daquela situação. Creio que o que conto os ajuda a entender...mas para ela não serviu de nada...agora farei um exercício para mim, porque nos movimentamos no âmbito da alma. Olho mais além, mas além dela, de sua mãe das pessoas que têm ataque de pânico em sua família. Olho em direção ao espírito e digo: por favor.
A epilepsia em crianças se cura com facilidade, não a porque assustados. Coloco um representante da criança, lhe peço para fechar os punhos e manifestar agressão (gritos etc.). Rapidamente, a criança se dá conta de que estas não são suas sensações, mas as de outra pessoa. Desta maneira, fica claro que se encarrega por amor a alguém.
Se isto vem a luz, a epilepsia termina. É uma defesa contra o impulso assassino, não da própria pessoa, mas de outra, na maioria dos casos. Pode voltar a várias gerações, distante atrás. Se isto vem a luz, a epilepsia da criança desaparece. Muito fácil de curar se se conhece esta dinâmica. Se um adulto se torna epiléptico, ele mesmo tem o impulso agressor, e se defende do impulso com a epilepsia...”
Tradução do espanhol de Marcia Paciornik