terça-feira, 16 de outubro de 2018

A indignação

Estamos assistindo a uma onda crescente de indignação com multidões bradando bandeiras à esquerda e à direita como se cada lado fosse o dono absoluto da verdade. 
Esta indignação tem sida plantada, regada e adubada pelas mídias internacionais e entidades auto proclamadas de "direitos humanos". 
Convido vocês a olhar a indignação e o significado de sentir-se “indignado” de uma maneira mais alinhada com níveis de consciencia mais elevados e em sintonia com  o atual estágio de desenvolvimento da humanidade. A pessoa que se indigna com algo está inconscientemente "dizendo": “Eu me indigno com o que acho que está “errado”, “ruim” porque EU sei o que isto não é certo". Ela "sabe" mais do que os outros o "bom" para todos. O indignado, em sua arrogância, coloca-se acima daqueles ou daquilo contra o qual se indigna sentindo-se “melhor”, mais justo, mais humano, mais certo. A sua causa, os seus motivos, os seus valores são os mais certos, os mais justos e os mais adequados para todos. E faz isto sentindo-se plenamente em paz com sua consciência e mais: santificado e glorificado por julgar que esta respaldado e defendendo os valores, normas e comportamentos considerados certos e justos pelo seu grupo de pertencimento. Tem a convicção plena e inabalável de estar "certo" e que os demais estão errados, convicto de sua pureza de intenções e em paz com sua "boa" consciência. 
Por ser leal aos valores e princípios do seu grupo sente-se justificado em matar, roubar, denegrir, mentir, aviltar, desprezar, desqualificar, eliminar os adversários, ou seja, aqueles contra os quais se indigna.
A humanidade vem repetindo este padrão desde o seu princípio. E com bons motivos.
Pertencer, para os seres humanos, é uma necessidade vital. O ser humano, ao nascer, não sobrevive se não fizer parte de uma família, de um grupo, de um clã, de uma tribo ou de uma instituição. E claro os valores, normas, princípios e crenças da "nossa" tribo, família, clã ou grupo com certeza são os melhores e mais certos para todos. Para manter o "pertencimento" ao grupo somos capazes de qualquer coisa: as guerras santas, as cruzadas, os pogrons, o extermínio de povos e grupos,  o gulag soviético, o muro de Berlim, as execuções das ditaduras ou daqueles que lutam por uma causa, os “paredões”, o terrorismo religioso e político são o resultado desta indignação “justificada” contra o que é diferente. Contra quem não compartilha dos princípios e valores do grupo ou sistema do qual fazemos parte.
Bert Hellinger, um dos mais brilhantes e inovadores pensadores contemporâneos, postulou que “A indignação é, em primeiro lugar, uma questão de moralidade. Isto quer dizer que o indignado não está realmente preocupado em ajudar outra pessoa, mas comprometido com uma certa demanda para a qual ele se proclama o executor. Deste modo, ao contrário de alguém que ama, tal pessoa não conhece nem contenção, nem compaixão. Nós estamos liberados do mal quando podemos, serenamente, deixá-lo ir.
Escreve, ainda, sobre o bem e o mal: “Nossa tendência é dividir o mundo em dois, uma parte tendo o direito de existir e a outra que em verdade não deveria estar, ainda que esteja e atue. Qualificamos a primeira parte como boa ou saudável, santa ou aprazível. E a segunda, como má ou enferma, pecadora ou belicosa. As qualificamos de mil maneiras. Isto tem a ver com nossa tendência de considerar como bom e alentador o que nos parece fácil e o que nos custa e nos parece difícil, o consideramos mal. Mas se paramos para observar com atenção, nos fixamos que a força que leva adiante o mundo consiste justamente no que vemos como mal, difícil ou terrível. E o incentivo para ir em direção ao transformador surge daquilo que queríamos afastar ou rejeitar. Por tanto, se buscamos nos subtrair diante da dificuldade, diante do que se considera pecaminoso ou belicoso, perdemos justamente o que queríamos conservar: quer dizer, nossa vida, nossa dignidade, nossa liberdade e grandeza. Apenas o que enfrenta as forças escuras e assente a elas, está conectado com suas raízes e com a fonte de sua energia. Estas pessoas são mais que boas ou, más, se encontram em sintonia com algo maior, com sua profundidade e sua força”. Hellinger Sciencia. Revista Hellinger, Septiembre 2008. Culpa y inocencia en las relaciones humanas
A humanidade sempre está em evolução. Estamos diante de um novo limiar, próximos a níveis mais elevados de vibração e cabe a cada um de nós decidir de que forma deseja contribuir para a vida: se repetindo padrões que vem resultando em guerras, conflitos, assassinatos, ou dando um salto qualitativo para um nível de consciencia mais elevado onde todos nos percebemos como iguais, além dos valores, normas e de princípios religiosos, políticos ou culturais do "nosso" grupo. “Nenhum futuro evolutivo aguarda a pessoa se não for em associação com as demais” Teilhard de Chardin. (2) 
 “Toda reação agressiva ou destrutiva tem origem na dor, no medo ou na culpa. Seu desejo é destruir o outro ao invés de integrar o sentimento. A não ser que as pessoas estejam no adulto, no amor e no sim a tudo”. (Brigitte Champetier des Ribes).

Espero que este texto seja oportuno e útil e traga elementos para reflexão.Sinta-se a vontade para enviar seus comentários e compartilhar.


Marcia Paciornik
Maestria em Novas Constelações pelo Instituto de Constelaciones Familiares de Brigitte Champetier des Ribes.
Novas constelações, constelações quânticas, alinhamento sistêmico.
(11)991388337

(2) (baseado em entendimento do curso Movimentos essenciais de Claudia Boatti)

sábado, 13 de outubro de 2018

O medo e outras emoções limitantes (como superar?).

O que fazer quando sentimos muito medo?  O medo paralisa, congela. Nos leva para frequências densas de vibração e tudo ao nosso redor começa a vibrar de forma mais densa por ressonância. 
Quando sentimos medo ou estamos dominados por uma emoção saímos do nosso centro, do estado de pessoa adulta e responsável e revivemos emoções originadas na nossa infância, quando ainda não tínhamos o equilíbrio emocional necessário para lidar com situações difíceis e ou assustadoras. E pior vibramos em frequências mais baixas e mais densas.
Quando resistimos a algo bloqueamos nossa energia dirigindo toda nossa atenção e esforço para aquilo que não queremos. Ao fazer isto focamos nossa atenção apenas no que NÃO desejamos e como consequência nos falta energia ou não conseguimos olhar para o que SIM podemos fazer, quais são as outras possibilidades.
É possível integrar esta emoção, retornar ao nosso estado adulto e a um nível de vibração mais elevado? 
Sim, reconhecendo o medo ou a emoção que nos domina, acolhendo e dando à emoção o espaço e o tempo que ela necessitar com a convicção interna de que tudo faz parte e tem um lugar: “O medo, a tristeza, a dor, a raiva, a indignação.”  Concordando com a emoção, assentindo a ela. 
Quando negamos algo em nós dizendo NÃO quero viver isto, entramos em um processo que Joan Garriga denomina de transtorno de assentimento: "não quero sentir medo", não aceito estar com câncer", "não aceito que meu filho tenha morrido"; "não aceito terminar esta relação".. E ficamos congelados na atitude vitima que nos impede de dar o próximo passo:concordar com a realidade como é,  assumir a responsabilidade pelo que vivemos e nos liberar para a ação.
As emoções desproporcionais, ou sejam aquelas que são mais intensas do que seria razoável no contexto do fato gerador, nos dizem que estamos lidando com algo do passado que não conseguimos integrar. Uma emoção que vivemos enquanto crianças e não superamos. 
Quando alguma coisa do presente nos remete a esta situação revivemos com a mesma intensidade as emoções que vivemos na infância. 
Quando reconhecemos que estamos revivendo uma emoção do passado podemos nos sintonizar com nossa parte mais crescida, mais adulta, mais presente podemos iniciar um "dialogo" com esta parte "criança" . Ela ainda esta presa ao passado e não percebe que já crescemos e que já podemos lidar com as emoções e situações de outra maneira. Não somos mais fracos e indefesos. Esta parte nossa, que ainda está presa a uma emoção da infância, precisa ser informada de que agora somos adultos e capazes de lidar com as situações de outra maneira.
O medo ou outra emoção limitante extrema (raiva, dor, apatia, tristeza etc) quando não resultantes de forma proporcional a situação  concreta do presente podem estar ligados a uma outra parte nossa que imita ou reproduz comportamentos, atitudes e sentimentos de um adulto influente de nossa infância. 
Sem saber porque reproduzimos atitudes, julgamentos, normas e criticas de adultos que nos guiavam, cuidavam, ditavam normas, julgava. Suas vozes ecoam no nosso inconsciente com seus ditames ordenando nossa conduta: "isto é perigoso"! "Se fizer isto pode morrer". "Isto não está certo"! "Você precisa se proteger, se defender"! "Pessoas assim ou assado são perigosas ou não confiáveis"...
Neste caso também estamos com os olhos voltados para o passado, ou seja, totalmente desconectados da realidade como ela de fato é. Esta parte nossa também não está consciente de que crescemos e já podemos tomar decisões de acordo com a realidade atual, com as normas e valores do presente. Neste caso talvez seja possível olhar para ela amorosa e respeitosamente, agradecer o que recebemos e informar que já somos adultos e capazes de tomar novas decisões. deixando claro que agora somos adultos e sabemos como lidar com as situações de acordo com as normas e valores de nosso tempo.
Também podemos tomar uma decisão interna de deixar ir tudo que baixa nossa frequência e energia. Soltar. 
Se olharmos para a espécie humana de uma perspectiva histórica nos damos conta do quanto a humanidade já enfrentou em guerras, sofrimentos e atrocidades. Nada do que acontece agora é novo nem pior do que já aconteceu em outros momentos...
Reconhecermos também que as dificuldades existem para possibilitar os avanços, as descobertas, as inovações! Cada evento, fácil ou difícil, contribuiu para a humanidade dar um passo adiante. Quanta riqueza em cada situação. E perceber o quanto somos pequenos diante disso tudo. 
É comum julgarmos o mundo e os acontecimentos a partir da nossa “boa consciência” e que eliminando o “outro”, aquele que pensa ou age diferente de nós, o mundo se tornará melhor.
“A consciência, ao mesmo tempo que liga também delimita e exclui. Por isso para continuar pertencendo ao nosso grupo frequentemente nos sentimos obrigados a recusar ou negar a outros, pelo simples fato de serem diferentes, o direito de pertencimento que reivindicamos para nós. Então nos tornamos, por obra da consciência, temíveis para os outros.” (Bert Hellinger, No centro Sentimos Leveza)
“Com o passar do tempo reconheci que a consciência é algo comum e instintivo que, à semelhança de outros instintos, desempenha o papel de criar e alimentar relações quando se mantém dentro de certos limites, e falha quando os ultrapassa. Pois quando vai além dos limites do pequeno grupo ela justifica os piores crimes e produz efeitos funestos, como vemos nas guerras.”  “...quando a culpa e o dano cresceram a tal ponto de se transformarem num infortúnio só haverá reconciliação se houver a total renuncia à expiação. Essa é uma forma humilde de perdoar, uma aceitação humilde de impotência. Ambos, a vítima e o culpado se submetem a um destino imprevisível, colocando um ponto final na culpa e na expiação”. (Bert Hellinger, No centro Sentimos Leveza).
Para dar um passo mais além será preciso renunciar ao medo, às preferências, a boa e má consciência. Vibrar em um nível mais alto, sair da consciência do eu para a consciência do nós. Só assim poderemos no futuro evitar compensações que terão como objetivo reincluir o que agora estamos rejeitando, desprezando, desqualificando ou excluindo.
A analise transacional, trazida à luz pelo psicoterapeuta Eric Berne, oferece um novo olhar e novos recursos para integrar o medo e outras emoções paralisantes. Principalmente quando associadas às ferramentas fenomenológicas sistêmicas nos presenteadas por Bert Hellinger.

Espero que este texto seja útil e traga elementos para novas compreensões e reflexões. Sinta-se à vontade para comentar e compartilhar. 

Caso deseje mais esclarecimentos envie um e-mail  para constelarparavida@gmail.com

Marcia Paciornik

Maestria em Novas constelações
Alinhamento sistêmico, novas constelações familiares, quânticas e empresariais.
Novas maneiras de superar emoções paralisantes, bloqueios e padrões que limitam a vida.
(11-991388337)

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sintonia com a vida e com a prosperidade

Estar em concordância com nossos pais como são e como foram é um programa de longo prazo e significa: eu estou em sintonia com a vida como ela é, recebo o que meus pais me deram e me dão, sou grata/o e, como consequência disto, equilibro instintivamente o que recebi devolvendo algo para a vida e para a sociedade.  

Recebemos a vida dos nossos pais. Quando nos alegramos com a vida instintiva e naturalmente procuramos devolver algo para o entorno. Este movimento está em sintonia com a força do equilíbrio entre o dar e o receber e nos conecta com a energia do dinheiro e da prosperidade que são energias de agradecimento e de retribuição.

Quando estamos sintonizados com a vida como ela é, a nossa resposta só pode ser de gratidão a tudo como é e a todos como são. Podemos abrir o coração para amar a todos, principalmente às pessoas difíceis. Aquelas às quais desprezamos, rejeitamos, desqualificamos, odiamos ou com as quais nos indignamos. Uma meta imensa e difícil. Mas a intenção de agradecer e de assentir a elas como são já produz frutos.

"A vida nos envia justo os espelhos dos ancestrais que foram esquecidos, rejeitados, desprezados. Não é preciso saber qual o ancestral que nos cabe amar, esse que foi rejeitado. Rejeitado pelo dano que fez por suposto. Se trata de ver na minha vida a que pessoas eu rejeito ou elimino do campo de visão e começar a inclui-las e começar a agradecer por elas serem como são. A ressonância na minha vida é imediata. Não se trata de uma constelação se trata de uma decisão pessoal A vida é abundante, e a abundância é a energia da gratidão que temos à vida.".(1)

Se estamos em sintonia com a vida como é, no agradecimento e ainda assim sentimos dificuldade na relação com os nossos pais é por que ainda estamos, equivocadamente, levando algo do destino de alguém. Estamos identificados inconscientemente com esta pessoa  (algum excluído do nosso sistema familiar) e dificilmente podemos sair desta identificação sem fazer uma constelação ou um movimento sistêmico.

"Os filhos e as pessoas difíceis da nossa vida que não mudam podem se curar e mudar simplesmente quando podemos honra-las como são e agradece-las por serem como são. Quando aceitamos as pessoas difíceis é quando começam a mudar, nós mesmos temos a chave da cura. Se sou filha tomo meus pais como são, se são meus irmãos os difíceis os tomo como são. Se são meus filhos os tomo como são e ademais vou vendo o que veem porque o veem por mim, mas primeiro os aceito como são."

Espero que este texto lhes seja útil. 
Sintam-se a vontade para comentar e compartilhar.

Marcia Paciornik
Maestria em Novas constelações e constelações quânticas 
Atendimento individual, em grupo presencial e on line.
+55 11 991388337

(1) Texto baseado no curso El dinero y la abundancia  
http://insconsfaonline.com/course/view.php?id=32  de Brigitte Champetier des Ribes 
e no Curso Movimentos Essenciais de Claudia Boatti