terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Algumas reflexões sobre a boa consciência, a exclusão e o pertencimento.

Venho observando um aumento crescente da radicalização, da polarização e da intolerância entre as pessoas. 

Amigos cortando relações por divergência de opiniões. 

O afastamento entre pessoas é uma forma silenciosa de violência e de exclusão. 

"Sentir-se maior ou melhor do que o outro é o principio de todas as guerras" (Bert Hellinger)

Um caldeirão efervescente de pessoas dizendo NÃO. Criticando, julgando rejeitando, excluindo, se indignando, desqualificando. 

Políticos e pessoas dizendo não à inclusão ao rejeitar imigrantes ou pessoas de outras culturas e pensamentos, rejeitando, criticando julgando os que não pensam ou  agem da mesma forma que os de seu grupo, sentindo-se "bons", "corretos" confortáveis e seguros neste sentimento de pertencimento pequeno, limitado. 

Quando não aceitamos o outro, o diferente, como é estamos excluindo. E nos sentimos bem e seguros. Agir de acordo com as normas do nosso grupo nos dá uma sensação de conforto e inclusão. Ao contrário, quando violamos ou transgredimos as "normas" nos sentimos desconfortáveis, culpados e vulneráveis.

Só crescemos e nos tornamos adultos quando podemos nos abrir para um mundo de verdadeira inclusão aceitando tudo e todos como são, mesmo os totalmente diferentes no agir e pensar. 

Tudo é energia e para ser gerada a energia precisa de um polo negativo e um positivo. Podemos dizer que tudo é necessário e foi pensado e desejado da forma que é para criar mais energia e possibilitar mudanças, crescimento, evolução.
 
As crises ocorrem quando nos desviamos do nosso propósito de vida e têm como objetivo abrir caminho para as mudanças. 

Na trama social e política as crises são um indicio de que aquela sociedade se desviou de seu proposito, de seu objetivo e as crises vão possibilitar as mudanças necessárias para a sua transformação.  

Devemos portanto ser gratos às crises e aos que agem de forma as vezes condenáveis para que elas ocorram. 

Aqueles cujas ações fomentam e desencadeiam as crises, (os considerados "maus", os violentos, os corruptos,) estão a serviço de propiciar as crises necessárias a evolução da sociedade. São olhados de maneira ruim pelos que não compreendem sua contribuição. E
 têm um destino difícil.

Ao contrario do que comumente se acredita, deveriam ser objeto de nosso respeito e profunda gratidão.


Marcia Paciornik

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