O
amor é assentimento a tudo tal como é.
“...Uma das compreensões fundamentais neste novo modo de trabalhar
é a seguinte: o segredo do amor é
o assentimento a tudo
tal como é. O problema em uma relação de casal começa quando um
quer mudar o outro. Faremos um exercício.
Fechem os olhos.
Olhem
seu cônjuge tal como ele é. Talvez não o/a tenha visto ainda até agora, tal
como ele ou ela é porque tenha uma certa imagem dela/e ou por que o/a julgas!
Olhe
para ele/a agora e lhe diga: ”sim, te tomo tal como é, exatamente como é”.
O
que ocorre se agora vosso/a cônjuge lhe diz: “te amo tal como es, exatamente
como es”? De repente, os dois podem relaxar, sentem-se em segurança um com o outro,
porque se sentem respeitados tal como são. Isto é amor, assentindo ao outro tal
como é, e por certo assentindo a si mesmo/a tal como um é.
Logo
vem o passo seguinte. Diga a vosso/a cônjuge: “quero a tua mãe tal como é e quero a teu pai
tal como é. Você é como é porque teu pai e tua mãe são como são. Dou a eles um lugar
em meu coração. ” Então, o outro pode se relaxar ainda mais. Não precisa
ocultar nada de sua família, sabe que sua família é bem-vinda.
Existe
uma dificuldade inerente a isto. Ambos se originam de famílias diferentes, com
um código de valores diferente, com uma consciência diferente. A consciência
nos prende a nossa família de maneira que sabemos instintivamente o que devemos
fazer para conservar o direito ao pertencimento. Se de alguma forma nos
desviamos do pensar, das crenças e dos valores de nossa família, sentimos má consciência.
Ao conhecer a esta persona, o/a cônjuge, nascida em outra família, devemos fazer
lugar em nossa consciência para outros valores. Ao mesmo tempo, devemos reconhecer
que a família do parceiro/a é de valor idêntico à nossa. Portanto, temos que
expandir nossa consciência de modo a dar lugar para o/a cônjuge e sua família.
Se
não podemos mudar, se nos aferramos à nossa consciência, convencidos de que tem
mais valor que a do/a parceiro/a, então estamos expostos a problemas. Aqueles
que são conscienciosos são crianças e permanecem crianças, os adultos sabem como
pecar. Só os pecadores são adultos. As pessoas inocentes permanecem crianças. Pecar
não significa que fazem algo mal, mas sim que se desviam da consciência de sua família
por algo maior e mais universal.
A
prova de que sim somos capazes de crescer nos vem ao ter filhos, ao decidir como
educa-los. A mulher diz...segundo os valores de minha família, o homem diz: segundo
os valores da minha família. Geralmente a mulher prevalece. É uma observação, sem
julgamentos! Qual é o resultado? Mais tarde, os filhos seguem ao pai. Porque os
filhos são leais a ambos os pais. Se um dos pais prevalece sobre o outro, o filho
segue em segredo ao outro.
Por
isto, os papais têm tanta influência em nossa sociedade! (Risos). Porque com
frequência são rejeitados, da mesma forma que seus valores.
Volto
ao tema da educação. O homem e a mulher entram em acordo para que os valores de
ambas as famílias sejam igualmente importantes. Assim, os filhos podem seguir ao
seu pai e à sua mãe.
Existe
uma linda frase que deixa felizes aos filhos. A mãe diz “quando olho para você
vejo seu pai, e amo em você teu pai como ele é e fico feliz se você se tornar
como ele. ”
Não
é tão fácil dize-lo não é mesmo? O pai também olha à criança e diz: “quando
olho para você, vejo em você a sua mãe e quero em você a tua mãe, e fico feliz
se torna como ela. ”
Isto
é amor. E mais, isto é liberdade. A partir daí a criança está livre para seguir
seu próprio caminho.
Assim
pois, para começar assentimos a/ao nosso/a cônjuge tal como e. Desde logo, uma
relação se inicia porque o homem sente falta da mulher, e a mulher homem sente
falta da mulher do homem. Se sentem incompletos. Necessitam do outro para serem
completos. Algumas pessoas, não obstante, procuram o/a parceiro/a ideal. Qual é
o/a parceiro/a ideal? Pois, aquela que é idêntica a mim. Portanto, com o/a parceiro/a
ideal, no existe crescimento possível. Tudo se repete. Por isto, depois de um
tempo, o casal se separa.
Agora
bem, se o outro é diferente, necessariamente diferente, ambos crescem,
integrando o que não tem. Isto é o crescimento: tomando mais, e mais, e mais o
que um não tem. Assim crescemos em uma relação de casal. Outro dia, Sophie fez
uma observação. Em alemão, existem livros muito respeitáveis sobre
espiritualidade. Ela disse: “Foram todos escritos por homens, e estes homens não
tem mulher. O que sabem de espiritualidade? Não tiveram que provar seu crescimento
pessoal. ” Imaginem se o Dalai Lama ou o Papa tivessem uma mulher. Não seria
bonito? Não seriam capazes de dizer mais do que dizem agora e com outra
experiência?
Isto
seria a primeira coisa em uma relação, assentir ao outro tal como é. E cada um
assente à família do outro, tal como es. Isto não é tão fácil porque o casal e
compromete em uma tarefa comum, que será o filho. É uma tarefa comum de
magnitude, ao serviço da vida. Seu compromisso lhes permite se sentir de certa
forma realizados.
Mais
tarde, pode surgir outra coisa em uma relação de casal. O homem pode se sentir
levado em outra direção, e a mulher pode sentir o mesmo. Para crescer e
conseguir sua realização pessoal, cada um segue seu caminho. Isto pode leva-los
a uma separação. Se ambos assentem a isto, podem se separar com amor, em concordância
com a possibilidade de cada um atingir a sua realização. Há uma frase que se podem
dizer mutuamente: “te amo e amo tudo o que é teu destino e ao meu. Assinto ao teu
destino e ao meu. Assinto a teu destino e a tua realização, e assinto a meu destino
e a minha realização. ”
Assim,
separados, permanecem conectados por um amor profundo.
Às
vezes, um homem diz à mulher: “tens que me ser fiel, não podes seguir teu caminho.
” O resta então do amor inicial? Nada. Se um dos dois quer seguir seu caminho,
sentindo que é o importante, e se o outro se opõe a isto, pode dizer-lhe: “meu
destino vem primeiro. ” E obriga ao outro a mudar. Se o outro não muda, não deve
sacrificar sua própria vida. É necessário considerar isso também.
Existem
situações nas quais a relação de casal nas quais a mulher está impulsionada a
seguir a alguém de seu sistema, especialmente se, de criança, tiver dito a seus
pais: “morro em teu lugar. ” Mais tarde, persiste no mesmo movimento, e de
repente o homem vê que sua mulher é levada naquela direção. Ele não o pode impedir,
deve assentir a isto. Assim vemos que os destinos da família interferem de modo
decisivo na relação de casal. ”...
Tradução Marcia Paciornik
(1)
Fonte: https://insconsfa.com/
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