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Quando nos desequilibramos e "perdemos o pé" podemos voltar rapidamente a nos reequilibrar e voltar a superficie ou levar um tempo maior nos debatendo e, talvez até afundar metaforicamente de forma irreversivel.
O tempo em que levamos para nos reequilibrar e voltar ao nosso centro vão depender de várias coisas, dentre estas se estamos presos a emoções limitantes, traumáticas e conflitivas do passado, da nossa infância, que nos afastam da situação presente e nos impedem de atuar da forma mais adequada e ágil à circunstancia que estamos vivendo.
Para Eric Berne, psicoterapeuta e criador da
analise transacional, todos oscilamos entre três diferentes "estados" (o estado do“eu criança”, o do “eu pai ou critico moralista” e o do “eu adulto”).
Estes três estados convivem
em nós simultaneamente sem que um tenha consciência da existência do
outro.
Apenas um deles está no presente: o do “eu adulto”.
Os outros dois (estado do “eu
criança” e o “do eu pai/critico”) estão voltados para o passado. O primeiro revivendo emoções não integradas da infância, quando por algum motivo vivemos uma situação dificil ou dolorosa e não tinhamos ao nosso lado um adulto para nos apoiar e ancorar, e o estado do eu pai/critico "repetindo" internamente "conselhos", " determinações" julgamentos, recriminações e criticas que escutamos, várias e várias vezes, de um adulto que respeitavamos ou temiamos na infancia.
Quando "pendemos" para o estado do “eu criança” estamos dominados por emoções antigas reprimidas e bloqueadas. Exigimos que
os demais sejam perfeitos e propiciem tudo que necessitamos para ser felizes.
Estamos totalmente voltados para a satisfação dos nossos instintos, para o
nosso prazer. Somos incapazes de tolerar a frustração. As necessidades e
sentimentos dos demais não existem para nós. Agimos e sentimos como quando éramos
crianças.
No estado do “eu pai”
imitamos, involuntária e inconscientemente, uma figura de autoridade influente da nossa infância.
Fazemos isto, instintivamente, para preservar nosso direito de fazer parte, de estar "incluido" na "tribo". Assegurando, através de julgamentos, críticas, discriminações e rejeições que que as regras do nosso grupo, da nossa cultura, da nossa família sejam obedecidas,
mantidas e preservadas. E assim, sem muita consciencia, reproduzimos, por imitação/repetição, padrões de
comportamento, atitudes e valores da geração de nossos pais e/ou avós. Ou seja, inadequadas para o momento e época que estamos vivendo.
Quando revivemos uma emoção da infância na vida adulta criamos barreiras ou nos
defendemos e somos incapazes de ver a realidade como é. Não estamos no presente. Não vamos conseguir lidar com a situação. O mesmo acontece quando olhamos e lidamos com a situação com o olhar e do adulto do passado que estamos imitando.
Só podemos lidar com as situações difíceis
com equilíbrio e tranquilidade no estado do “eu adulto”, quando estamos
centrados, no presente, no aqui e agora, vendo a realidade como ela é, sem estarmos
contaminados por ecos de emoções do passado ou de vozes de adultos da
nossa infância nos dizendo o que fazer, como fazer e como nos sentir.
Todos estes aspectos fazem parte de
nós, de quem somos, nos mostram algo e têm uma razão de ser e de existir. O
problema é que nos tiram do centro, nos dominam, tiram nossa capacidade de pensar
e de reagir de acordo com a realidade.
Podemos nos resgatar desta
situação de agitação e impotência ativando o nosso observador interno, o estado do eu adulto, aquela
parte nossa que está no presente. Neste estado do eu permitimos que a nossa parte
mais autentica se revele, acolhemos a tudo como é, a nossa criança, ao nosso critico moralista. Dando espaço e limites para ambos.
Quando estamos no estado criança, as emoções
são exageradas ou minimizadas, e estamos buscando a aprovação dos demais, uma
autoimagem idealizada de como os outros gostariam que nós fossemos, buscamos
aquilo que é conhecido e seguro. Passando para o estado do eu adulto podemos
nos abrir para o desconhecido, ir para a vida, relaxar, nos ampliar.
No estado do eu critico moralista ou
pai, rejeitamos em nós e nos outros tudo que não é bem visto ou aceito no nosso
grupo, na nossa cultura. Isto tira nossa força e faz com que tenhamos medo do
que mora dentro de nós quando não está em conformidade com estas normas.
No eu adulto podemos nos abrir com
curiosidade para o que rejeitamos em nós e atrapalha nosso crescimento. Nos
sentimos firmes e confortáveis. Neste estado do eu aliciamos por ressonância o estado do eu
adulto dos nossos interlocutores e os relacionamentos podem fluir melhor.
Inversamente, quando estamos no estado do eu pai aliciamos o estado do eu
criança da pessoa com quem estamos nos relacionando.
A questão é: como identificar quando
nos encontramos nos estados do eu criança e do eu pai e nos resgatar para o eu
adulto, para o observador? Lembrando que um estado não tem
consciência da existência do outro?
Estando atentos e conscientes de como nos sentimos em cada situação. Se
estamos tranquilos, relaxados, serenos, seguros provavelmente estamos no estado
do adulto. Mesmo que diante de uma situação difícil e conflituosa. Se nos encontramos em
um estado de agitação física, ou dominados por emoções, com
taquicardia, palpitação, suor, ansiedade, agitação mental, dialogo interno
intenso no qual buscamos ter razão em algo ou nos justificar, ou provar que o
outro ou a vida ou a situação está errado ou deveria ser diferente do que é,
estamos nos defendendo de algo ou criando barreiras a algo.
Sempre que nos defendemos há algum de
medo oculto (medo de não ser aceito, medo de ser rejeitado por si mesmo ou
pelos outros). Quando nos defendemos queremos ocultar algo de nós mesmos ou dos
outros: ódio, vulnerabilidade, emoções caóticas...E nos defendemos de muitas
maneiras: agredindo, nos submetendo ou nos retirando. As vezes de todas estas
formas dependendo da pessoa ou da situação.
Quando a emoção é muito forte, para nos
resgatar é necessário primeiro olhar para ela,
acolher, dar espaço. Buscar o silencio interno desligando a mente e focando a
atenção no corpo. Nas sensações do corpo. Acolhendo o que for como for. Permitindo
que as sensações tomem o seu tempo e ocupem todo o espaço que
precisarem.
Existem muitas maneiras para resgatar o
estado do eu adulto, mesmo nas situações mais difíceis. Quanto mais nos
observamos e nos familiarizamos com elas, mais reconhecemos quando estamos nos
defendendo e mais facilmente podemos nos resgatar.
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Marcia Paciornik
Maestria em novas constelações
Movimentos sistêmicos.
Alinhamento sistêmico gradual. Constelações familiares, quânticas e organizacionais.
Análise transacional. PNL sistêmica
11-991388337
11-991388337
(*) Texto baseado na
teoria de Analise transacional do terapeuta Eric Berne, no curso de Analise
Transacional de Brigitte Champetier des Ribes e no de Movimentos Essenciais de
Claudia Boatti