Esta indignação tem sida plantada, regada e adubada pelas mídias internacionais e entidades auto proclamadas de "direitos humanos".
Convido vocês a olhar a indignação e o significado de sentir-se “indignado” de uma maneira mais alinhada com níveis de consciencia mais elevados e em sintonia com o atual estágio de desenvolvimento da humanidade. A pessoa que se indigna com algo está inconscientemente "dizendo": “Eu me indigno com o que acho que está “errado”, “ruim” porque EU sei o que isto não é certo". Ela "sabe" mais do que os outros o "bom" para todos. O indignado, em sua arrogância, coloca-se acima daqueles ou daquilo contra o qual se indigna sentindo-se “melhor”, mais justo, mais humano, mais certo. A sua causa, os seus motivos, os seus valores são os mais certos, os mais
justos e os mais adequados para todos. E faz isto sentindo-se plenamente em paz com sua consciência e mais: santificado e glorificado por julgar que esta respaldado e defendendo os valores, normas e comportamentos considerados certos e justos pelo seu grupo
de pertencimento. Tem a convicção plena e inabalável de estar "certo" e que os demais estão errados, convicto de sua pureza de intenções e em paz com sua "boa" consciência.
Por ser leal aos valores e princípios do seu grupo sente-se
justificado em matar, roubar, denegrir, mentir, aviltar, desprezar, desqualificar, eliminar os adversários, ou seja, aqueles contra os quais se indigna.
A humanidade vem repetindo este padrão desde o seu princípio. E com bons motivos.
Pertencer, para os seres humanos, é uma necessidade vital. O ser humano, ao nascer, não sobrevive se não fizer parte de uma família, de um grupo, de um clã, de uma tribo ou de uma instituição. E claro os valores, normas, princípios e crenças da "nossa" tribo, família, clã ou grupo com certeza são os melhores e mais certos para todos. Para manter o "pertencimento" ao grupo somos capazes de qualquer coisa: as guerras santas, as
cruzadas, os pogrons, o extermínio de povos e grupos, o gulag soviético, o muro de Berlim, as execuções das ditaduras ou daqueles que lutam por uma causa, os “paredões”, o terrorismo religioso e político são o resultado desta indignação “justificada” contra o que é diferente. Contra
quem não compartilha dos princípios e valores do grupo ou sistema do qual fazemos parte.
Bert Hellinger,
um dos mais brilhantes e inovadores pensadores contemporâneos, postulou que “A indignação é, em primeiro lugar, uma
questão de moralidade. Isto quer dizer que o indignado não está realmente
preocupado em ajudar outra pessoa, mas comprometido com uma certa demanda para
a qual ele se proclama o executor. Deste modo, ao contrário de alguém que ama,
tal pessoa não conhece nem contenção, nem compaixão. Nós estamos liberados do
mal quando podemos, serenamente, deixá-lo ir.”
Escreve, ainda, sobre o bem e o mal: “Nossa tendência é dividir o mundo em
dois, uma parte tendo o direito de existir e a outra que em verdade não deveria
estar, ainda que esteja e atue. Qualificamos a primeira parte como boa ou saudável,
santa ou aprazível. E a segunda, como má ou enferma, pecadora ou belicosa. As qualificamos
de mil maneiras. Isto tem a ver com nossa tendência de considerar como bom e
alentador o que nos parece fácil e o que nos custa e nos parece difícil, o
consideramos mal. Mas se paramos para observar com atenção, nos fixamos que a força
que leva adiante o mundo consiste justamente no que vemos como mal, difícil ou terrível.
E o incentivo para ir em direção ao transformador surge daquilo que queríamos afastar
ou rejeitar. Por tanto, se buscamos nos subtrair diante da dificuldade, diante do
que se considera pecaminoso ou belicoso, perdemos justamente o que queríamos
conservar: quer dizer, nossa vida, nossa dignidade, nossa liberdade e grandeza.
Apenas o que enfrenta as forças escuras e assente a elas, está conectado com suas
raízes e com a fonte de sua energia. Estas pessoas são mais que boas ou, más,
se encontram em sintonia com algo maior, com sua profundidade e sua força”. Hellinger
Sciencia. Revista Hellinger, Septiembre 2008. Culpa y inocencia en las
relaciones humanas
A humanidade sempre está em evolução. Estamos diante de um novo limiar, próximos a níveis mais elevados de vibração e cabe a cada um de nós decidir de que forma deseja contribuir para a vida: se repetindo padrões que vem resultando em guerras, conflitos, assassinatos, ou dando um salto qualitativo para um nível de consciencia mais elevado onde todos nos percebemos como iguais, além dos valores, normas e de princípios religiosos, políticos ou culturais do "nosso" grupo. “Nenhum futuro evolutivo aguarda a pessoa se não for em associação com as demais” Teilhard de Chardin. (2)
“Toda reação agressiva ou destrutiva tem origem na dor, no medo ou na culpa. Seu
desejo é destruir o outro ao invés de integrar o sentimento. A não ser que as
pessoas estejam no adulto, no amor e no sim a tudo”. (Brigitte
Champetier des Ribes).
Espero que este texto seja oportuno e útil e traga elementos
para reflexão.Sinta-se a vontade para enviar seus comentários e compartilhar.
Marcia Paciornik
Maestria em Novas Constelações pelo Instituto de Constelaciones Familiares de Brigitte Champetier des Ribes.
Novas constelações, constelações quânticas, alinhamento sistêmico.
(11)991388337
Maestria em Novas Constelações pelo Instituto de Constelaciones Familiares de Brigitte Champetier des Ribes.
Novas constelações, constelações quânticas, alinhamento sistêmico.
(11)991388337
(2) (baseado em entendimento do curso Movimentos essenciais de Claudia Boatti)