Confesso que estava um pouco
relutante em ir assistir ao filme Julieta, a mais recente obra do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Fã incondicional estava com medo de me
decepcionar, pois as criticas não eram muito favoráveis. O filme, entretanto, é
a obra de um cineasta maduro, sensível, delicado e inteligente.
Mais do que isto, aborda de forma
interessante e perspicaz inúmeras questões de caráter universal a partir de
uma visão sistêmica das ações humanas.
Não sei dizer se esta visão pertence aos
contos nos quais o filme se baseia ou é própria do diretor que em algum momento
tenha tido contato com esta abordagem. Não importa. Está lá e é didática e
pedagógica.
Nele se pode observar e aprender sobre
inúmeras emoções e ações humanas sob uma ótica sistêmica: a culpa que paralisa
e só leva ao sofrimento, à dor, ao conflito e à separação; a inevitabilidade do
destino, o fanatismo religioso de quem vive em crenças para fugir de dores e
traumas profundos; a força do pertencimento a comunidades religiosas, a
inutilidade trágica da expiação, as compensações de danos que nos são exigidas pelo
sistema ou que nos exigimos... As consequências do não aceitar a tudo como é questionando
o que nos cabe enfrentar.
Sem duvida uma maravilhosa oportunidade
para refletir sobre estas questões e ainda assistir a um belíssimo espetáculo
de fotografia, cenografia, trilha sonora, interpretação e montagem
cinematográficas. Tudo no filme é inteligente, delicado e preciso. Almodóvar não
se perde em digressões inúteis. O filme em nenhum momento se rende ao piegas e
ao dramatismo.
Não deixem de assistir.
Recomendamos.
Marcia Paciornik
Julieta: o novo filme de Pedro Almodóvar
Confieso que estuve un poco reacia a ir a ver la película Julieta, el
último trabajo del cineasta español Pedro Almodóvar. Fan incondicional temía me
decepcionar porque los comentarios no
eran muy favorables. La película, sin embargo, es la obra de un cineasta
maduro, inteligente, sensible y suave.
Además de esto, expone de manera interesante y perspicaz a numerosas
cuestiones de carácter universal desde una visión sistémica de las acciones
humanas.
No sé si este punto de vista pertenece a los cuentos en que se basa la
película, o es el director el que en algún momento ha tenido contacto con este
enfoque. No importa. Está allí y es didáctico y pedagógico.
En él podrás ver y aprender acerca de muchas emociones y las acciones
humanas en una perspectiva sistémica: la culpa que cuelga y sólo conduce al
sufrimiento, al dolor, al conflicto y a la separación; la inevitabilidad del
destino, el fanatismo religioso de quienes viven en creencias para escapar el
dolor y traumas profundos; la fuerza de pertenecer a las comunidades
religiosas, la futilidad trágica de la expiación. La compensación por daños y
perjuicios que son requeridos por el sistema o se nos requiere. Las consecuencias
de no aceptar a todo sin cuestionamiento.
Sin duda una maravillosa oportunidad para reflexionar sobre estos temas
y todavía ver una hermosa muestra de fotografía, escenografía, banda sonora,
interpretación y montaje cinematográfico. En la película todo es inteligente,
delicado y preciso. Almodóvar no se perde en disquisiciones inútiles. La
película en ningún momento se rinde a la sensiblera y al drama.
A ver. Recomendamos.
Marcia Paciornik
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